Até o ponto onde nos achávamos, não havíamos reconhecido nenhum lugar que tivéssemos cruzado na ida.
Isto contribuiu a aumentar as minhas dúvidas quanto à retidão do rumo seguido até neste momento.
De todos estes pensamentos e de todas minhas reflexões íntimas, não dizia nada ao meu companheiro, não querendo desencorajá-lo, nem fazê-lo arrepender-se, talvez prematuramente, de haver-me escutado, de haver acreditado em mim, de haver-me seguido e de haver manifestado, de súbito, um entusiasmo tão grande a favor da minha audaciosa e arriscada proposição, como ao meu projeto tão cheio de dificuldades.
Ao contrário, esforçava-me em mantê-lo na crença que nos havíamos sempre conservado na boa direção e que decerto não tardaríamos a encontrar algumas traças de nossa batida da ida.
Pelas seis horas da tarde, o carandazal começou a tornar-se mais ralo e podíamos andar num trote mais alongado.
Avançamos assim alguns quilômetros mais.
Entrementes, estávamos encarando a eventualidade de estarmos obrigados a parar e pousar no mesmo lugar, onde a noite completa nos surpreendia, em pleno carandazal talvez!
E o pior sem uma gota de água!
Nada havíamos comido nem bebido o dia inteiro desde o almoço antes da saída, almoço que para nós havia sido adiantado quase três horas da sua hora habitual.
Nossa marcha havia-se efetuado até esta hora tardia, sem parada alguma, sem descanso, graças a sorte que tínhamos de possuir cavalos bons e que além do mais achavam-se muito repousados e bem dispostos.