Sentindo talvez e reconhecendo que regressavam à "querência"(44)Nota do Autor.
Mais do que a fome, a sede nos assedia, e fazia-se ardentemente sentir.
A noite aproximava-se rapidamente. Continuamos ao trote num carandazal tão ralo que se teria podido chamar campo.
Estávamos pensando — e era lá o nosso comum modo de ver — chegar ao corrixo do Veado Gordo .
Mas... Quem sabe? Talvez dele estivéssemos muito longe ainda?
Apesar da noite totalmente caída que nos envolvia nas suas trevas, apressávamos sempre mais os nossos cavalos, na esperança de achar água.
Felizmente as nossas cavalgaduras eram sólidas e muito descansadas, e podíamos forcejá-las.
A noite tinha-se tornado muito escura. Já o dissemos, o céu era muito anuveado.
Enfim...
Nessa medonha escuridão, na qual a acuidade da vista de nossos cavalos supria a imperfeição e fraqueza da nossa, percebemos, assim mesmo, em nossa frente, quando já estávamos muito pertinho, um espaço bastante extenso, alvejante, que fazia contraste vivo com os arredores muito pretos em que nada se percebia.
Não era de certo uma miragem, uma ilusão, um engano da nossa vista.
Era água, sem nenhuma dúvida.
Com efeito, era uma pequena laguna que se havia formado numa depressão, em consequência das últimas chuvas.