A vida dos índios Guaicurus

Ela refletia, na escuridão profunda que nos envolvia, certos raios que o sol nela havia armazenado, raios que davam à sua superfície a cor alvacenta que nos permitiu descobri-la.

Aproximamo-nos para verificar e reconhecer o terreno que era muito mole e apaulado nas suas beiras.

A água não podia apanhar-se a não ser a dois ou três metros, mais a dentro por causa da sua fraca profundidade, que era quase nula.

Logo apeamos e fomos buscar água para apaziguar os ardores da nossa sede e refrescar a nossa garganta seca pelo forte calor do dia e, mais ainda, pelo vento que lhe sucedeu.

Em seguida, desencilhamos os nossos cavalos, que levamos à lagoazinha.

Os coitados precisavam tanto como nós dessa água fresquinha, procurada com tanta sofreguidão.

Depois, puzemo-los na soga (45)Nota do Autor, atando-os muito pertinho do lugar onde íamos armar as nossas redes.

Para isso foi preciso aproximar-nos mais um pouco do carandazal que avançava na pequena laguna.

Não foi possível fazer fogo. Tudo estava molhado. Havia chovido, talvez e provavelmente, abundantemente algumas horas antes de termos chegado.

E, ainda mais, nessa escuridão que tudo encobria, teria sido muito difícil descobrir e achar lenha.

Do outro lado da laguna, limitada pelo carandazal e em frente ao lugar onde estávamos e onde havíamos atado os nossos cavalos, uma linha muito escura se estendia adiante e à nossa direita um pouco mais ou menos paralelamente ao carandazal, deixando entre ela e este último,