A vida dos índios Guaicurus

Não ouvindo mais ruído nenhum, voltamos às nossas redes, onde antes de deitar-nos o meu companheiro despejou ao ar um tiro da sua carabina.

Tínhamos tido bastante sorte!

Os cavalos haviam sido solidamente atados, e as cordas haviam resistido ao puxão.

Era para nós uma grande felicidade, senão, ficávamos a pé!

E nos achávamos na necessidade de continuar a viagem "pedibus cum jambis", e com os arreios dos nossos cavalos nas costas, até a fazenda do Rebojo Grande, talvez ainda muito distante.

A partir desse momento, refletindo, a alerta nos fez compreender em que penosa situação teríamos podido achar-nos se os nossos cavalos houvessem escapado, e também no perigo que a pé, podia fazer-nos correr uma onça faminta nesta noite tão escura.

Não pudemos mais pegar no sono. E, muito antes de que os clarões do alvorecer aparecessem, encilhamos nossos cavalos e metemo-nos em marcha.

A noite, contudo, pouco a pouco se esclarecia e já no oriente os indícios da aurora nascente se manifestava e aumentava a claridade.

Andávamos devagar e a passos. O chão era mole. Os cavalos atolavam-se levemente.

Depois de haver seguido durante duzentos a trezentos metros nossa direção primitiva, pensamos reconhecer e rever uma paisagem já vista.

Examinando atentamente o chão, numa queimada antiga um pouco anterior Aà nossa primeira passagem, reparamos os rastros muito numerosos de pisadas de cavalos, um pouco desmanchados pelas grossas chuvas que haviam caído depois e também outros tantos rastros e pisadas de bois.