A vida dos índios Guaicurus

Impossível portanto de tomar um mate, que tanto nos teria agradado.

Era preciso armar-se da maior resignação e paciência.

Dez horas da noite, chove ainda! Há mais de quatro horas que começou a tempestade com a chuva.

Mas agora não é tão forte, nem tão grossa. Assim mesmo, porém, não podemos fazer nada. A noite está escuríssima. Teríamos necessidade de dormir para descansar um pouco.

Ainda meu companheiro e eu, dentro das nossas redes, aguentamos bastante bem nossa triste situação; mas para Benevides e seu filho ela é pessima e tanto mais dura quanto os colchões são feitos de toras de carandais, banhados em água.

Em outro lugar, e com outro tempo, com o mesmo esforço, ter-se-ia a possibilidade de estar em condições melhores.

No entanto, quando se viaja em tais regiões, há forçosamente muitos riscos a correr e às vezes apresentam-se circunstâncias que concorrem para criar situações em que nunca se tinha sonhado nem se teria imaginado.

Enfim...! Pouco a pouco, a fadiga, a necessidade de descansar, o sono, nos obrigaram a fechar o olhos, a não pensar mais. O corpo, entregue, deixa-se cair e torna-se insensível às picadas de milhares de mosquitos. O sono domina e supera tudo.

De madrugada, antes do dia aparecer, estamos acordados.

Não chove mais. O tempo parece completamente esclarecido.

Seria já a hora do chimarrão, mas apenas se poderia tomar um "tererê" (4)Nota do Autor, o que não nos agrada.