A vida dos índios Guaicurus

ao seu nascer queriam limitar e eclipsar e ação confortante dos seus raios. No meio dos estipes delgados e compridos das palmeiras carandais, e apesar de serem elas muito apertadas, buscamos um pouco de calor entre as raias de suas sombras.

Renasce a coragem. Embora com toda a pressa que temos de retomar a marcha, não podemos, assim mesmo, carregar as barracas, as redes e os mosquiteiros ainda bastante molhados. É necessário esperar ainda um pouco mais, para que os sequem o sol e o vento.

A uns cinquenta metros do nosso pouso, o carandazal muito ralo deixava aos nossos animais a possibilidade de pastar os fios de pastos verdes, em meio da macega.

Estávamos com o apetite sempre mais vivo e sobretudo com a maior necessidade de tomar um mate.

Sabe-se que esta bebida, que se designa também no Paraguai pela expressão um pouco irônica de "engana-fome", é contudo um alimento excitante das forças musculares.

Cada um de nós foi ao carandazal, e dentro da água, à procura de um pouco de lenha que, mesmo molhada, se poderia encontrar.

Depois de dez minutos mais ou menos, cada um de nós voltou com um pequeno feixe. De um dos pedaços maiores, depois de rachado, Maneco tira de dentro com o seu facão pequenas lascas bem secas, e acima do soalho de rolos de carandais, acendeu o fogo com um pedaço do forro da cintura da sua calça e de um pouco de gordura tirada do nosso churasco.

Num instante tivemos para regozijar-nos uma linda chama que escapou, viva e brilhante dentre o montãozinho da lenha que tínhamos ido buscar.