A vida dos índios Guaicurus

acima do forte "Olimpo", calcula-se, descendo o rio Paraguai, mais ou menos 276 quilômetros.

Em linha reta, porém, quase N-S (S-O 10° mais ou menos) não há mais de 180 quilômetros e do Rebojo Grande à fazenda de Santo Antônio, também em linha reta, calculamos de 110 a 115 quilômetros aproximadamente.

Quase ao meio-dia passamos próximo ao pé do morro Singular, de 120 a 130 metros de altura, inteiramente coberto de mato. Do lado S-O, estende-se uma lagoa de uns dez hectares banhando-lhe as fraldas. A superfície das águas desta lagoa tinha ficado muito aumentada pelas chuvas da noite e da véspera, que se misturavam às do campo alagado.

Patos, marrecas e outros palmípedes viam-se no centro. Às margens havia muitos longipernos: tuiuiús, garças de diversas variedades, cabeças-secas ou joão-grande, socós, carrões, curicacas, procuravam na maior e mais perfeita tranquilidade a sua costumada comida.

Passamos rapidamente e sem parar, causando, não obstante, a fuga dos mais tímidos que, assim mesmo, atrás de nós vieram pousar e retomar segundo os seus instintos, as suas atividades, o que para eles constitui a luta para a existência.

Era mais ou menos uma hora da tarde quando paramos para almoçar à margem de uma pequena lagoa, improvisada devido à chuva da véspera. Comemos depressa e logo pusemo-nos em marcha novamente.

Tocamos os animais porque desejávamos chegar antes do anoitecer em um lugar onde o pouso fosse confortável. Embora apesar dos nossos esforços e de nossos animais, tivemos de dormir no campo, num ponto bastante favorável para eles. Paramos, como na hora do almoço, na beira de uma depressão inundada, formando