mantidas pelos Governos que aplicavam - talvez sem pensarem - a famosa doutrina: "Dividir para reinar".
Em 1898, um dos caudilhos revolucionários do Sul - ele Miranda - teve a ideia de propôr aos Guaicurus unirem-se a ele para engrossar a sua força e vencer mais facilmente o partido oposto, seu adversário.
Os índios aceitaram. As promessas que lhe foram feitas em pagamento por seus serviços prestados eram vantajosas, e a mais, tratava-se de combater e derrubar do poder as autoridades que, anos seguidos, favoreceram as perseguições tão cruentas que tinham sofrido e que protegiam tão escandalosamente o Senhor do Barranco Branco em todos os seus caprichos e fantasias, sobretudo quando se tratava de vexações, tão criminosas como sangrentas, dirigidas contra os Guaicurus, por espírito de vingança, no qual o interesse nunca estava ausente; vexações que lhe vinham à cabeça ou que lhe eram sugeridas por alguns dos seus próprios servidores ou empregados, apoiando-se em falsas acusações.
Embora não tivessem sido cumpridas todas aquelas promessas, algumas vantagens adquiriram os Guaicurus, que tiveram em alguns dos caudilhos do Sul, com quem se ligaram, amigos que mais tarde pleitearam a sua causa perante o novo governo.
Durante essa conversação muito comprida com o Capitãozinho e esta digressão que nos transportou a outro terreno, o Sol tinha subido vários graus na sua trajetória acima do horizonte e já nos fazia experimentar o excessivo calor dos seus raios, a fim de recordar-nos que dezembro se ia acabando e que o verão, a estação mais quente do ano, entrava a derramar as suas maiores reservas de potencial térmico.
Os três bugres estavam de volta com os cavalos e haviam começado a selar.